Com o apoio da RMS do Brasil, associações de base florestal do PR e SC discutiram a presença de gado em florestas plantadas
Na ultima sexta-feira (18), em Joinville (SC) as associações de empresas de base florestal do Paraná e Santa Catarina promoveram uma reunião técnica no Mercure Joinville Prinz Hotel. O diretor para a América do Sul da RMS, Fábio Brun, abriu o encontro dando boas vindas e destacou algumas metas da empresa para o Brasil. “Nosso interesse é, a partir do ano que vem, passar para uma produção anual de um milhão de toneladas de madeira de pinus”, afirmou Brun. Ele explica que nesta conta entram desde madeira em pé, até madeira entregue na fábrica. Para o diretor, o número é pertinente ao tamanho do país. “Para participar do mercado brasileiro, temos que estar numa escala que corresponda ao tamanho deste mercado. Acreditamos que, com um milhão de toneladas/ano, passaremos a ser relevantes para o mercado”, explicou.
Menos prejuízos
Uma das preocupações da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) é diminuir, ou evitar, prejuízos para setor. A reunião conjunta foi para tratar de um problema comum aos reflorestadores: a invasão por gado em áreas plantadas. Carlos Mendes e Mauro Murara Jr, diretores executivos das respectivas associações, comungam da opinião que o diálogo e a busca pela convivência harmoniosa entre os envolvidos é a melhor maneira de iniciar a solução.
Gerente de responsabilidade socioambiental da Arauco, Maria Harumi Yoshioka, contou que em 30 mil hectares de florestas no Paraná, a empresa enfrenta a presença de aproximadamente 2.400 cabeças de gado. “São dez comunidades no entorno, que não têm área para a criação desses animais. Eles acabam soltando o gado nas áreas plantadas.” A gerente alerta que isso representa um gasto enorme para a empresa. “Gastamos com o controle do gado e tentando evitar grandes impactos, tanto nas áreas de plantio, quanto em áreas de preservação permanente (APP). Precisamos contratar guarda-bosques, que são homens a cavalo, para tocar o gado e também cercar algumas áreas”, explica ela.
O engenheiro florestal da FRP Florestal, Evandro Cozer, disse que a empresa pretende fazer um experimento durante um ano para medir os impactos que o gado causa em áreas plantadas e de preservação. “A ideia é fazermos uma experiência em três mil hectares de plantio. Vamos dividir a área em duas, uma com gado, em forma de arrendamento, e outra sem gado.” Segundo Cozer, pelo menos trinta pontos de amostragem servirão para acompanhar a regeneração em cada área.
Outro que contribuiu com informações foi o Engenheiro Agrônomo, Ulisses Rogério Arruda de Andrade. De acordo com o consultor ambiental, o sistema Integração Pecuária-Floresta (Silvipastoril) ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Agrossilvipastoril), são boas alternativas para maior aproveitamento econômico das áreas plantadas. “Com o aumento da agricultura intensiva, diminuíram boas ofertas de terras para programas florestais”, alertou ele.
Também participaram da reunião representantes do Programa Cooperativo sobre Certificação Florestal (PCCF) e do Forest Stewardship Council (FSC).
Uma equipe da WestRock, apresentou o trabalho de boas relações com a comunidade, que a empresa desenvolve em Três Barras (SC), onde está sediada. A região registrou um salto em qualidade de vida na ultima década. De acordo com o Anuário Estatístico da ACR, entre 1991 e 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) melhorou 54% no município.