Em 2005, através de um decreto presidencial, foi criado o Dia Nacional da Araucária, comemorado em 24 de junho. Para celebramos essa data tão especial, levantamos alguns dados a respeito do pinheiro-do-paraná, ou pinheiro-brasileiro, e a presença dessa fabulosa árvore, em Santa Catarina.

Após a conclusão da ferrovia São Paulo–Rio Grande, em 1910, deu-se inicio ao ciclo de exploração das florestas da região, entre elas da Mata de Araucária, que possuía madeira bem aceita no mercado internacional. Essa exploração transformou a paisagem natural para terras com agricultura e pecuária. Com a intenção de evitar a extinção, a partir da década de 1970, leis e regulamentos federais e estaduais tornaram a Araucária uma espécie extremamente protegida.

O IFFSC (Inventário Florestal Florístico de Santa Catarina) indicou que a Floresta de Araucária originalmente cobria 43 mil km², e que em 2013 seus remanescentes compreendiam apenas 24% deste total, ou mais de 10 mil km². O estado detém o maior percentual protegido com a espécie.

Um levantamento feito pela empresa de consultoria e projetos, STPC (empresa associada à ACR), explica que: “em função da restrição ao corte, embora se trate de recurso florestal renovável, o principal uso atual da Araucária é a produção não madeireira de pinhão.” A pesquisa leva em conta os números divulgados pelo IBGE (2017), que indicam o crescimento de 55% na produção de pinhão em Santa Catarina entre 2005-2015, alcançando 3,2 mil toneladas, ou 38% da produção brasileira. “Tal produção gerou renda de mais de R$ 8,7 milhões a população catarinense na forma de extrativismo.”

Somando áreas de duas associadas chega-se a 90 mil hectares de florestas nativas dentro do domínio original das Florestas de Araucária, preservadas na forma de Reserva Legal e de Área de Preservação Permanente.

O corte indiscriminado de Araucária ocorrido no início do século XX quase a levou à extinção. Por outro lado, o excesso de restrições levantadas contra o uso da madeira de Araucária tornou-a uma espécie intocável, o que não garante a conservação de forma adequada.

NÚMEROS DE ALGUMAS ASSOCIADAS:

Celulose Irani
Florestas com Araucárias em: Vargem Bonita, Irani, Ponte Serrada;
47% da área da empresa é de preservação;
Possuí 7.500 hectares de mata nativa com Araucárias em Reserva Legal (RL);
Total de área com nativas: 14.000 hectares em RL, Área de Preservação Permanente (APP) e outras áreas de conservação;
Produz Araucária em viveiro para plantio e enriquecimento nativo.

Volta Grande Reflorestamento
Florestas com Araucárias em Rio Negrinho;
Possuí 170 hectares de florestas de Araucária, plantadas entre os anos de 1964 e 1977. Esta área faz parte de Reserva Legal e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

Agroflorestal Campo Alto
Municípios: Santa Cecília, Timbó Grande, Monte Castelo e Canoinhas;
Área de proteção da empresa: 5051 hectares;
Possuí aproximadamente 1000 hectares (RL e APP) com maciços fechados de Araucária. A empresa recupera áreas plantando Araucária.

Agroflorestal Paequerê
Município: Capão Alto;
Área com Araucárias: 120 hectares plantados em 1983. Está em processo de licenciamento para manejo da área.

Florestal Gateados
Municípios: Campo Belo do Sul e Capão Alto;
Área com Araucárias: aproximadamente 500 hectares de Araucária plantada;
Executa manejo padrão, que consiste na realização de três desbastes. É feito para evitar a competição por água, nutrientes, luz e espaço, entre os árvores. São selecionadas as árvores dominantes, que apresentam maior vigor e qualidade, e retiradas árvores concorrentes. O sistema de manejo é denominado “desbaste pelo alto”;
A empresa criou uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Emilio Einsfeld Filho, aprovada em 2008 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. A reserva compreende uma área total de 6.328,60 hectares. É a maior do sul do Brasil e a terceira maior do Bioma Mata Atlântica, conforme dados do ICMBio.

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